quarta-feira, 22 de maio de 2013

Trompete - 28 anos

No dia 22 de maio de 1985, uma quarta-feira, as 10:30 da manhã eu "tentava tirar" minhas primeiras notas no trompete. O Prof. Célio Paula da Costa insistiu muito para que eu escolhesse o instrumento para tocar como integrante da Banda Marcial da Escola Técnica Federal do Espírito Santo. Se existe um dia que fez a diferença na minha vida, foi esse. Desde então, o menino tímido, estudou muito, investiu tempo e acreditou em um sonho: poder fazer da música seu trabalho. A timidez ainda está firme e forte por aqui, mas travestido de trompetista já toquei o Haydn para 30.000 pessoas, já andei um bocado pelo Brasil e pelo mundo tocando recitais em espaços simples e em grandes universidades dos Estados Unidos. Acreditem: fui ao Japão! Toquei um recital de Música Brasileira para Trompete no New England! Estudar continua sendo o mesmo prazer daqueles primeiros anos. Confesso que algumas notas ainda são "difíceis", mas esse é o grande atrativo da música, não se repetir, procurar a cada dia tocar diferente, ser menos trompetista e mais músico. Aprendi a tocar sem preocupações com avaliações, com opiniões, com o instrumento que eu gosto, a música que eu quero, da forma que eu quero, afinal, a expressão artística não cabe em uma caixa, ela é etérea. Toco para mim, para o público, para os amigos, para os alunos e para minha família. Profissional? Sim, porque subsisto do meu trabalho e procuro respeitar as outras pessoas envolvidas nele, mas um eterno estudante. Um estudante premiado com Mestres no trompete. Tenho muito orgulho de registar que sou aluno e admirador do meu prof. Nailson Simões desde 22 de julho de 1989 e também de Charles Schlueter, que há 25 anos, anualmente, nos encontramos, tocamos e recarrego minhas baterias e confirma que estou no meu caminho. O trompete não é, e não poderia ser tudo na minha vida. É apenas um instrumento, assim como a enxada para o lavrador e o carro para o motorista. Existem outras coisas fundamentais em minha vida, tão importantes quanto. Muito obrigado a todos que participaram desse sonho, principalmente aos meus pais, que venderam um apartamento para comprar o primeiro instrumento de uma criança de dezesseis anos.